Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e spultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
-Este poema é uma perfeita personificação da língua portuguesa, uma língua que é viva, que tem melodia e força. Olavo Bilac diz a língua portuguesa ser rude e inculta como a bruta mina entre os cascalhos mas diz ela ser uma flor, o arrola da saudade e da ternura, lira singela, viço cheirosa. A língua portuguesa ambos bela é grossa, e por assim ser, ela é para os que a conhecem uma língua encantadora. Amo a língua portuguesa e este poema me ajuda a entender o amor que tenho por ela.
Obrigado! Ótimo!
ReplyDelete