Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela. Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, ao cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: -- Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio. Um bom negócio e uma grave lição: provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco.
-Acima é último parágrafo do conto maravilhoso, A Chinela Turca. O conto em si fala do drama. Esse tema do drama se sublinha pela leitura enquanto o Machado nós leva por uma aventura empolgante e misteriosa. Duarte, o protagonista desse conto, se chateia de ouvir o drama enfadonho do major, Lopo Alves, velho amigo da família e companheiro do seu finado pai no exército. Duarte é jogado no meio de um drama real no qual ele se salva por pouco. O ponto principal desse conto é o último parágrafo no qual o Duarte exclama exasperado, "o melhor drama está no espectador e não no palco." No conto Machado patrocina a arte do drama em si e delineia o amor que ele tem por ela. Mas junto vem a sensação dele não gostar do drama criado pela vida. Um drama imprevisível e inesperado. Um drama de emoções investidas e nervosismo cólero.
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