Thursday, January 19, 2012

A Chinela Turca, Machado de Assis

Duarte acompanhou o major até à porta, respirou ainda uma vez, apalpou-se, foi até à janela.  Ignora-se o que pensou durante os primeiros minutos; mas, ao cabo de um quarto de hora, eis o que ele dizia consigo: -- Ninfa, doce amiga, fantasia inquieta e fértil, tu me salvaste de uma ruim peça com um sonho original, substituíste-me o tédio por um pesadelo: foi um bom negócio.  Um bom negócio e uma grave lição:  provaste-me ainda uma vez que o melhor drama está no espectador e não no palco.

-Acima é último parágrafo do conto maravilhoso, A Chinela Turca.   O conto em si fala do drama.  Esse tema do drama se sublinha pela leitura enquanto o Machado nós leva por uma aventura empolgante e misteriosa.  Duarte, o protagonista desse conto, se chateia de ouvir o drama enfadonho do major, Lopo Alves, velho amigo da família e companheiro do seu finado pai no exército.  Duarte é jogado no meio de um drama real no qual ele se salva por pouco.  O ponto principal desse conto é o último parágrafo no qual o Duarte exclama exasperado, "o melhor drama está no espectador e não no palco."  No conto Machado patrocina a arte do drama em si e delineia o amor que ele tem por ela.  Mas junto vem a sensação dele não gostar do drama criado pela vida.  Um drama imprevisível e inesperado.  Um drama de emoções investidas e nervosismo cólero.

No comments:

Post a Comment